terapia infantil

Terapia Infantil: O que é, e como a família pode ajudar

A terapia infantil permite construir bons pilares na infância, para ter indivíduos bem sucedidos, nos próprios termos, ao longo de toda a vida!

Para quem trabalha com a terapia, é fácil ver que muitos traumas presentes em adultos surgiram na infância, em situações que não tiveram o devido acompanhamento e deram início a uma bola de neve emocional.

Ao ressignificar essas histórias com a terapia infantil, lá perto das raízes, fica mais fácil colher frutos diferentes, pois não teremos de lidar com as décadas de limitações e crenças negativas que uma pessoa pode desenvolver até se tornar adulta.

O que é terapia infantil

A terapia infantil é a aplicação de técnicas da psicologia e desenvolvimento humano para ajudar crianças a lidar melhor com suas emoções. Ela pode acontecer tanto nos espaços formais, como os consultórios terapêuticos, quanto no dia a dia, conforme pais, mães, familiares, professores e outros adultos fazem a criança se sentir melhor.

Antes de mais nada, é importante deixar claro que crianças sem problemas evidentes podem se beneficiar do acompanhamento terapêutico. Imagine o que elas podem fazer tendo mais foco na hora de estudar, por exemplo, ou se relacionando de modo construtivo com amigos, colegas, familiares e professores.

Todo ser humano pode conquistar um próximo nível em cada área da vida, e se construirmos os pilares certos na infância, estaremos mais perto de ter indivíduos bem sucedidos, nos próprios termos, ao longo de toda a vida!

A maioria das famílias, no entanto, vai buscar a terapia para crianças quando alguma situação está afetando a vida delas, a exemplo de:

  • Divórcio entre os pais;
  • Problemas financeiros sérios;
  • Situações de violência doméstica;
  • Falecimento de pessoas próximas (pais, avós, irmãos);
  • Diagnósticos graves em familiares próximos;
  • Dificuldade para se adaptar a um novo ambiente (escola, cursos, casa nova…)
  • A chegada de um irmãozinho provoca comportamentos negativos;
  • Depressão e outros transtornos em familiares próximos.

Além disso, a terapia para crianças também costuma ser buscada quando aparece algum sinal de transtorno psicológico, como ansiedade, depressão ou TDAH, que é um dos motivos mais comuns para o atendimento.

Outras crianças apresentam sinais de problemas ao seu redor:

  • O rendimento na escola ou nas atividades extracurriculares cai bruscamente;
  • Não deseja mais frequentar seus ambientes preferidos
  • Se torna agressiva com os amiguinhos, ou se afasta deles;
  • Volta a fazer xixi na cama;

Diagnósticos na terapia infantil

É importante lembrar que a busca por terapia infantil sempre é feita por adultos, atendendo um desejo dos cuidadores (pais, avós, irmãos mais velhos) ou a indicação de professores e profissionais da saúde.

Isso deve ser levado em consideração na hora de receber a criança, que precisa se sentir confortável durante um processo que não foi escolha dela.

Não é nosso papel reforçar suposições e diagnósticos, que podem já estar fazendo a criança se sentir anormal ou diferente. Vamos trabalhar para entender o que ela está passando, como ela vê a situação, e o que pode ser feito para ajudá-la a se sentir melhor.

Também é importante deixar claro que o diagnóstico é uma ferramenta específica da medicina e psicologia, e não pode ser concedido por terapeutas sem formação nessas áreas.

Tenha em mente que comportamentos apontados como problemas (alguns pais falam que os filhos estão ansiosos, hiperativos, etc.) muitas vezes são etapas normais da infância. Oriente os adultos, mostrando que talvez eles possuam uma visão incorreta sobre a criança.

Nesse caso, é válido pensar nos diversos contextos vividos pela criança. Se ela tem um comportamento natural a maior parte do tempo, foca nas brincadeiras e até se concentra em tarefinhas domésticas, mas tem dificuldade para estudar, por exemplo, não podemos saltar para um diagnóstico de TDAH.

O mesmo vale para a ansiedade - não podemos reforçar esse diagnóstico apenas porque a criança fica nervosa num lugar, numa situação, ou com algumas pessoas específicas. É sempre válido identificar se o problema é de fato interno, ou fruto de algo que está fora da criança!

Qual o papel da família?

Familiares que se deparam com uma possível terapia infantil costumam ficar apreensivos ou confusos. É um momento único na vida de adultos e crianças, mas a orientação correta e o trabalho de bons profissionais trará benefícios para toda a família.

A terapia, no geral, ainda é um tema cercado por mitos. Muitos pais e mães tem medo de levar seus filhos à terapia infantil por acreditar que ela seria como um atestado, afirmando que há algo de errado com a criança.

Na verdade, um(a) terapeuta pode ser visto de forma tão natural quanto uma professora particular, ou o treinador de um esporte - apenas uma pessoa com formação adequada para ajudar a criança em alguma área de sua vida.

É importante que os adultos reconheçam os desafios naturais enfrentados por bebês e crianças: trauma do nascimento, ansiedade da separação quando os pais voltam ao trabalho, compartilhar a família com novos irmãos, enfrentar os primeiros dias na escola, etc.

Estes eventos podem ser irrelevantes em nossa visão, mas representam mudanças completas de realidade na deles, e nós não devemos usar a régua dos adultos para medir o mundo das crianças.

Enquanto a maioria dos familiares evita a terapia infantil, mesmo quando ela é importante, o caminho oposto também ocorre em alguns casos: adultos que levam seus filhos para receber o “tratamento” de um problema que não existe.

Toda criança terá seu momento de andar, falar, ser alfabetizada, abandonar o xixi na cama, e assim por diante. Não podemos enxergar nossos filhos como crianças problemáticas porque seus primos ou os coleguinhas da escola subiram um degrau alguns meses antes.

A criança nunca deve ser forçada à terapia infantil. Se você acredita que é preciso ir, fale com ela de uma forma natural, sem imposições.

Evite frases como você tem que ir à terapia porque está fazendo xixi na cama. Ela certamente vai enxergar isso como uma punição, ou uma correção, e desenvolverá complicações reais que seriam evitadas por uma abordagem mais compreensiva.

Por último, é importante frisar que a terapia infantil não precisa começar por um problema. Você pode levar seu filho ao terapeuta como o leva ao dentista, por exemplo, para verificar se está tudo bem e poder agir rapidamente caso alguma complicação apareça.

Como é feita a terapia infantil

Se você buscar um(a) terapeuta infantil hoje, o procedimento será o seguinte:

Conversa inicial entre os adultos: Você ou alguma outra pessoa responsável irá até o local de atendimento para explicar a situação e esclarecer suas dúvidas. É um momento para que você e o profissional se conheçam melhor.

Conversa(s) envolvendo as crianças: Você retorna, dessa vez levando a criança. É um período de transição, para que ela se sinta confortável e segura com uma pessoa e um lugar estranhos. Esse momento pode durar uma ou várias sessões.

Esse primeiro encontro de todas as partes também ajuda o terapeuta a ver qual é a dinâmica entre a criança e o adulto. Ele pode usar o momento para perceber como o adulto enxerga o problema, e se os comportamentos do familiar estão ajudando a criança ou gerando pressões para ela.

Saída dos adultos: A criança agora vai falar sozinha com o terapeuta, que irá usar suas técnicas - conversa, brincadeiras, desenhos, músicas... - para obter novas informações e descobrir como agir em seguida.

Crianças não transformam pensamentos e emoções em palavras com facilidade (até mesmo os adultos podem ter problemas para isso!). A brincadeira é um recurso fundamental na terapia infantil. É através dela que os pequenos poderão revelar o conteúdo de suas mentes que ainda não conseguem verbalizar.

Os responsáveis, é claro, não saem de cena por completo. Conversas entre os adultos continuam acontecendo, para que o profissional possa informar e verificar o desenvolvimento da criança, sugerir “tarefas de casa” para os familiares e planejar suas próximas ações.

É o terapeuta quem decide quantos encontros são suficientes para fechar o processo e atingir o objetivo inicial. Tenha em mente que isso depende de cada criança; em situações mais complicadas, quando ela sofreu violência ou desenvolveu um trauma por algum outro motivo, pode levar mais tempo, e quanto mais tentarmos forçar um avanço, mais vamos fazer ela se fechar.

A terapia continua em casa

Por mais importante que seja a terapia infantil, seus resultados só irão se concretizar a partir de mudanças nos ambientes frequentados pela criança - casa, escola, espaços de brincar, e assim por diante.

Diferente do que ocorre com os adultos, as crianças tem muito pouca liberdade para organizar seu próprio ambiente e suas rotinas, por isso a família cumpre um papel essencial na terapia infantil.

Como regra geral, carinho e acolhimento são fundamentais. A criança deve se sentir protegida em casa, não importa qual seja a situação. Se os desafios enfrentados por elas envolvem os adultos de alguma forma - separação, adoecimento, estresse em casa por conta de uma demissão, luto familiar, etc. - a terapia também pode se estender aos outros membros da família.

Esse processo não só potencializa os resultados da terapia infantil, como também a torna mais natural para as crianças - afinal será uma atividade que seus responsáveis também estarão realizando!

Artigo publicado em:
03/08/2022
foto romanni

Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

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