primeira consulta

Primeira Consulta: O que fazer e o que esperar da terapia?

Saiba qual é o papel do terapeuta na primeira consulta, e o que você pode esperar desse momento.

O primeiro contato entre o profissional e o cliente ocorre durante a entrevista, momento em que é fundamental considerar aspectos importantes, como a coleta de informações e as motivações que levaram o cliente a buscar ajuda profissional, bem como suas expectativas em relação ao processo terapêutico.

Nesse momento de primeira consulta, é de extrema importância que o terapeuta ofereça recursos que facilitem a abertura do cliente e estabeleçam os primeiros passos do vínculo terapêutico, através de uma escuta ativa e empática. O terapeuta deve acolher e ouvir o cliente, sem intervir ou falar excessivamente, pois o foco principal é compreender suas necessidades.

Embora ainda não seja o momento de apresentar soluções ou aplicar técnicas, é recomendado demonstrar disponibilidade para responder dúvidas e explicar como será o processo terapêutico. Dessa forma, o terapeuta pode rapidamente apresentar-se e apresentar seus serviços, sem que ele mesmo seja o centro da entrevista.

É importante estar preparado para lidar com as diversas demandas que podem surgir nesse primeiro contato, uma vez que o cliente pode trazer uma queixa específica ou várias questões que culminaram em sua situação atual. Nesse momento, o terapeuta deve oferecer um acolhimento humano, mostrando ao cliente que existem possibilidades de melhora, desde que ele esteja aberto à mudança.

Na primeira consulta, não é possível identificar todas as causas subjacentes, mesmo que o cliente forneça muitas informações. Essas respostas só serão descobertas e compreendidas ao longo das sessões. O que pode ser feito nesse momento são suposições iniciais, que podem ser compartilhadas ao final da sessão ou aprofundadas posteriormente, caso seja necessário investigar mais a fundo.

Além disso, o terapeuta não deve impor regras ou lições que direcionem o cliente para sua melhora. Sua função é fornecer insights e mecanismos que possibilitem ao cliente perceber-se e encontrar os caminhos desejados com protagonismo ao longo do processo terapêutico

O que é uma entrevista inicial?

Uma entrevista inicial de atendimento é um procedimento utilizado por profissionais da saúde e do desenvolvimento humano para coletar informações sobre o funcionamento emocional ou físico de uma pessoa. É uma forma de avaliação que pode ocorrer em diversos contextos, como clínico, organizacional, educacional, forense, entre outros.

Geralmente, a entrevista é conduzida por um profissional especializado, que utiliza diferentes técnicas e abordagens para coletar informações relevantes sobre o indivíduo. Em alguns casos, é utilizada uma anamnese para obter informações detalhadas que serão relevantes para compreender o caso.

Durante a entrevista, o profissional faz perguntas relacionadas à história de vida, sintomas emocionais, comportamentos, relacionamentos, contexto social e outros aspectos pertinentes ao entendimento do funcionamento emocional e físico do entrevistado.

A primeira consulta possui diversos objetivos, como o diagnóstico de transtornos mentais, a avaliação de habilidades e competências, a identificação de fatores de risco ou proteção, o planejamento de intervenções terapêuticas, a seleção de pessoal, entre outros.

É importante destacar que a entrevista é um processo confidencial e ético, no qual o entrevistador deve respeitar a privacidade, autonomia e dignidade do entrevistado, seguindo os princípios éticos e normas de conduta da área em que atua.

Os resultados dessa entrevista são utilizados pelo profissional para elaborar um diagnóstico ou uma compreensão clínica do indivíduo entrevistado, além de orientar a elaboração de um plano de intervenção apropriado, de acordo com os objetivos estabelecidos.

Cinco metas da primeira consulta

Exploração da história pessoal

Durante a primeira consulta terapêutica, é essencial que o terapeuta dedique tempo e atenção para explorar a história pessoal do cliente. Esse processo envolve investigar eventos passados que foram significativos e experiências que moldaram a vida do indivíduo.

Ao compreender essas experiências, o terapeuta pode obter uma visão mais clara das influências e dos padrões de pensamento que podem estar contribuindo para os desafios atuais do cliente.

Além disso, a exploração da história pessoal também envolve a investigação dos relacionamentos significativos na vida do cliente. Compreender a dinâmica desses relacionamentos, tanto familiares quanto sociais, pode fornecer insights importantes sobre como o cliente se relaciona consigo mesmo e com os outros.

Identificar padrões de comportamento recorrentes ajuda a compreender possíveis mecanismos de enfrentamento ou estratégias adaptativas que o cliente desenvolveu ao longo do tempo.

É igualmente importante considerar os fatores contextuais relevantes para compreender plenamente o contexto no qual os problemas atuais do cliente estão inseridos. Esses fatores podem incluir o ambiente familiar, a influência cultural e social, bem como os eventos externos que podem estar afetando o cliente.

Ao explorar esses elementos contextuais, o terapeuta pode ter uma compreensão mais abrangente dos desafios enfrentados pelo cliente e ajudá-lo a encontrar maneiras adequadas de lidar com eles.

Definição de metas e objetivos

Logo na primeira consulta, também é essencial dedicar tempo para discutir e definir metas e objetivos terapêuticos em colaboração com o cliente. Essa etapa é crucial, pois ajuda a direcionar o trabalho terapêutico e estabelece um senso de direção compartilhado entre terapeuta e cliente.

Ao envolver o cliente nesse processo, o terapeuta promove a sua participação ativa e engajamento no tratamento. Isso permite que o cliente se sinta empoderado e responsável por sua própria jornada de crescimento e mudança. Além disso, a definição de metas e objetivos claros proporciona um ponto de referência para avaliar o progresso ao longo do tempo.

Durante a discussão das metas e objetivos terapêuticos, é importante que o terapeuta esteja atento às necessidades e desejos do cliente. Ouvir ativamente e validar as preocupações e aspirações do cliente é fundamental para estabelecer uma parceria terapêutica sólida.

Estabelecimento de vínculo terapêutico

Na primeira consulta, o terapeuta desempenha um papel fundamental ao criar um ambiente seguro, acolhedor e livre de julgamentos. Para isso, é essencial demonstrar empatia, aceitação incondicional, respeito e genuinidade.

  • A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do cliente, compreendendo e validando suas experiências e emoções.
  • A aceitação incondicional implica aceitar o cliente em sua totalidade, independentemente de seus pensamentos, emoções ou comportamentos.
  • O respeito é essencial para estabelecer um vínculo terapêutico saudável. O terapeuta reconhece a autonomia e a dignidade do cliente, respeitando suas escolhas, valores e perspectivas.
  • A genuinidade é a congruência entre pensamentos, sentimentos e comportamentos do terapeuta. Ser genuíno implica ser autêntico e transparente na relação terapêutica.

Ao estabelecer um vínculo terapêutico sólido no primeiro atendimento, o terapeuta cria as bases para uma relação terapêutica eficaz. Esse vínculo fortalece a colaboração entre terapeuta e cliente, facilitando a exploração de questões profundas, o crescimento emocional e a transformação pessoal ao longo do processo terapêutico.

Formulação de caso

Com base nas informações coletadas durante a primeira consulta, o terapeuta pode desenvolver um caso. Ele parte de uma compreensão dos fatores que contribuem para os problemas apresentados pelo cliente. A formulação de caso auxilia no planejamento do tratamento e na identificação das áreas-chave a serem abordadas.

A formulação de caso envolve a análise cuidadosa das informações fornecidas pelo cliente, considerando sua história pessoal, sintomas, relacionamentos, fatores contextuais e quaisquer outros elementos relevantes. O terapeuta busca identificar padrões, conexões e influências que possam estar contribuindo para a queixa principal do cliente.

Ao formular o caso, o terapeuta procura compreender os fatores predisponentes, que são os eventos e experiências que podem ter contribuído para o desenvolvimento dos problemas atuais. Isso pode incluir experiências traumáticas, influências familiares, padrões de pensamento disfuncionais, entre outros.

Além disso, o terapeuta também analisa os fatores precipitantes, que são os eventos ou situações que desencadearam ou exacerbaram os problemas do cliente. Esses fatores podem incluir eventos estressantes recentes, mudanças significativas na vida do cliente ou situações desafiadoras.

A formulação de caso também leva em consideração os fatores perpetuantes, que são os elementos presentes no momento atual que mantêm os problemas do cliente. Isso pode envolver crenças limitantes, padrões de comportamento disfuncionais, dificuldades de relacionamento ou outros fatores que contribuem para a persistência dos sintomas.

Ao desenvolver uma formulação de caso, o terapeuta procura integrar todas essas informações em uma compreensão coesa e abrangente dos problemas do cliente. Isso ajuda a guiar o planejamento do tratamento, identificando áreas-chave a serem abordadas e definindo estratégias terapêuticas mais adequadas para promover a mudança e o crescimento do cliente.

Explorar os recursos e habilidades do cliente

Para fechar a primeira consulta, podemos dedicar tempo para identificar e explorar os recursos internos e externos disponíveis para o cliente lidar com os desafios que ele enfrenta. Esses recursos podem incluir habilidades, pontos fortes, suporte social e outras estratégias adaptativas que podem ser aproveitadas durante o processo terapêutico.

Identificar os recursos internos do cliente envolve a exploração das habilidades e competências que ele possui. Isso pode incluir habilidades de comunicação, resolução de problemas, autorregulação emocional, habilidades interpessoais, criatividade, entre outras. Ao reconhecer e valorizar essas habilidades, o terapeuta fortalece a autoconfiança e a autoeficácia do cliente.

Além das habilidades individuais, é importante explorar os recursos externos disponíveis para o cliente. Isso pode envolver o suporte social, como amigos, familiares ou grupos de apoio, que podem desempenhar um papel importante na jornada terapêutica do cliente. Identificar e mobilizar essas redes de suporte pode fornecer ao cliente um sistema de apoio emocional e prático valioso.

Ao identificar e explorar os recursos e habilidades do cliente, o terapeuta reconhece e valoriza os aspectos positivos e resilientes do cliente. Isso contribui para fortalecer a autoestima e a confiança no processo terapêutico. Além disso, o foco nos recursos e habilidades do cliente pode ajudar a ampliar a perspectiva do cliente sobre suas capacidades e possibilidades de mudança.

Essa é uma abordagem capacitadora, que busca utilizar os pontos fortes do cliente como uma base para o crescimento e a transformação. Ao integrar esses recursos no planejamento do tratamento, o terapeuta colabora para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes e adaptadas às necessidades individuais do cliente.

Artigo publicado em:
19/06/2023
foto romanni

Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

Siga-nos nas redes sociais

icone atendente
Fale conosco
(34) 9639-2180
Siga o Instituto Romanni
SABER MAIS
Romanni SouzaTermos de UsoPolitica de Privacidade
© Copyright 2021. Todos os direitos reservados. | Instituto Romanni. CNPJ: 23.476.391/0001-10