mecanismos de defesa do ego

Mecanismos de Defesa do Ego: Identifique e derrote esses limites

Como uma casca que endurece, e não deixa a árvore crescer, são os mecanismos de defesa do ego: padrões de pensamento que parecem nos manter em segurança, quando na verdade estão impedindo uma vida livre e saudável.

Ao longo de nossa vida, formamos crenças a respeito de nós mesmos, das outras pessoas e do mundo. São ideias e pensamentos que, no primeiro momento, servem para nos proteger da realidade - sobretudo quando somos crianças, e não sabemos lidar muito bem com todas as experiências ao nosso redor.

Com o tempo, no entanto, essas crenças vão se tornando limitações para nosso próprio desenvolvimento - como uma casca que endurece, e não deixa a árvore crescer. Nascem, dessa forma, os mecanismos de defesa do ego: padrões de pensamento que parecem nos manter em segurança, quando na verdade estão impedindo uma vida livre e saudável.

O assunto vem sendo abordado há um bom tempo, ganhando popularidade com o trabalho de Freud sobre o inconsciente, mas se expandindo para muito além daí. Existem muitas visões sobre o assunto, e algumas delas chegam a relatar 12 mecanismos de defesa do ego.

Conheça melhor os mecanismos de defesa do ego, e saiba como identificar se algum deles está travando o seu próprio crescimento!

Quais são os mecanismos de defesa do ego?

Dependendo da fonte, os mecanismos de defesa do ego variam. Podemos citar repressão, negação e racionalização como alguns dos mais conhecidos e analisados. A repressão, aliás, é a base para o que a maioria das pessoas entende sobre psicanálise: os acontecimentos são levados para o inconsciente, e ficam guardados longe da nossa percepção.

No Movimento Transformacional, nos focamos em quatro deles:

Crítica

O primeiro mecanismo que iremos conhecer é o do crítico. Ele é fácil de identificar externamente naquela pessoa que simplesmente adora criticar tudo e todos. Nada está bom, e ninguém age da maneira correta.

A maioria dos críticos tende a agir assim pelo medo de ser, ele mesmo, criticado. Se há uma tarefa que ele não fez, o crítico começa a apontar dedos antes que alguém venha acusá-lo, por exemplo. Perceba como a crítica não vem para melhorar os resultados, apenas para se proteger.

A mesma dinâmica se repete em outros ambientes como relacionamentos amorosos, amizades, relações entre pais e filhos, chefes e colaboradores, e assim por diante.

Desprezo

O mecanismo do desprezo surge quando alguém começa a falar sobre um assunto sério e, para não ter que lidar com aquela situação ou os pensamentos que ela traz, a outra pessoa despreza a conversa, rindo e fazendo piadas, ignorando toda a seriedade da questão.

Quando uma pessoa diz que não se encaixa em nenhum dos mecanismos, ela muito provavelmente se enquadra no desprezo, pois essa fala demonstra que ela não está levando o assunto a sério.

O desprezo também nos faz negligenciar aspectos da nossa vida que precisam ser melhorados. Ele revela pouca maturidade para lidar com situações difíceis, já que seus “usuários” preferem ignorar os problemas do que resolvê-los.

A pessoa está doente, por exemplo, e começa a fazer piadas sobre sua saúde. Essa abordagem pode ser valiosa para enfrentar uma situação difícil com mais leveza e autoestima, mas se torna um problema quando substitui a busca por soluções!

Retirada

O terceiro mecanismo é a retirada. Ele se caracteriza pelo fato de que, quando algum conflito começa, a pessoa tenta fugir da situação esperando ela se resolver sozinha ou pela ação dos outros envolvidos.

Quem possui esse mecanismo também não consegue lidar com os problemas de frente, e acredita que se deixar as coisas acontecerem uma hora elas se resolvem sozinhas.

O mecanismo de retirada está muito ligado à tentativa de evitar conflitos e situações estressantes. Se houver uma briga em casa, por exemplo, a pessoa que possui esse mecanismo vai sair e só volta quando as coisas esfriam.

Não entenda errado, é muito importante saber quando devemos nos retirar de situações que só irão nos causar mal-estar, entretanto, fazer disso um hábito pode ser bastante prejudicial.

Se eu sempre saio de uma situação e ela se resolve sozinha, vou entender que não devo me preocupar em avançar sobre os problemas que me afetam, ou até mesmo entender que não sou capaz de lidar com eles.

Em determinado momento, você vai se retirar e quando voltar o problema estará ainda pior. Por conta do mecanismo, a tendência será de se afastar ainda mais, e as seguidas retiradas vão alimentar uma bola de neve que pode acabar te engolindo.

Defesa

O mecanismo do defensor é visto naquela pessoa que, ao ouvir alguma coisa em forma de sugestão ou crítica, já começa a pensar em desculpas para justificar a situação.

Se ela costuma se atrasar para o trabalho, por exemplo, com certeza tem uma série de “razões” na ponta da língua e não precisará de motivos reais para chegar atrasada mais uma vez.

Outros mecanismos de defesa do ego para você ficar de olho:

Deslocamento: Quando um impulso é transferido para outro elemento menos ameaçador. Você tem raiva de uma pessoa, mas não pode fazer nada contra ela, por exemplo, então desconta em alguém que não te fez mal.

Compensação: É o foco exagerado em uma qualidade, para não olhar uma fraqueza.

Introjeção: Quando absorvemos uma característica de outra pessoa. Pode ser usado para nos proteger de alguém ameaçador, ou para nos aproximar de alguém interessante.

Lidando com os Mecanismos de Defesa do Ego

Agora você deve estar pensando em alguém que se enquadra nas descrições. É importante reconhecer essas características nas pessoas ao nosso redor, mas eu quero propor um exercício diferente: procure enxergar os mecanismos de defesa do ego nas suas próprias ações.

Cada pessoa está sujeita a experimentar um ou vários mecanismos, e isso não faz com que um de nós seja melhor ou pior do que o outro. O importante é reconhecer em que ponto da sua jornada você está, para conseguir avançar.

Aliás, é importante ter cuidado com o mecanismo da projeção - quando atribuímos aos outros características psicológicas presentes em nós mesmos!

Tenha sempre em mente que você é responsável pelos resultados em sua vida, por isso comece a praticar a autorresponsabilidade, lidando com seus problemas de forma madura e direta, evitando os mecanismos de defesa do ego.

A ideia não é apontar o dedo para si mesmo e criar uma culpa pelos seus comportamentos, apenas observar que alguns deles podem ser prejudiciais e encontrar formas de modificá-los.

Pense nos mecanismos de defesa como portas na sua fortaleza mental - se você tem as chaves e controla a abertura das portas, estará protegido e poderá sair em busca de novos horizontes quando desejar, mas se não tem esse controle, estará numa prisão dentro de sua própria mente!

Tudo bem desprezar as opiniões que te rebaixam ou se retirar de situações que roubam a sua energia vital, por exemplo, mas faça isso de forma consciente: use as ferramentas emocionais, e não seja usado por elas!

Artigo publicado em:
30/09/2022
foto romanni

Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

Siga-nos nas redes sociais

icone atendente
Fale conosco
(34) 9639-2180
Siga o Instituto Romanni
SABER MAIS
Romanni SouzaTermos de UsoPolitica de Privacidade
© Copyright 2021. Todos os direitos reservados. | Instituto Romanni. CNPJ: 23.476.391/0001-10