Cada pessoa, em diversos momentos, percebe que seu conhecimento sobre a realidade já não é suficiente, e então ela precisa aprender. A aprendizagem é uma forma de aumentar a nossa compreensão sobre essa realidade, para lidar com ela e até mesmo construir algo novo.
À medida em que precisamos de mais independência, entre os 2 e os 10 anos, é exigido de todos nós um esforço intelectual e um desempenho maior para lidar com as questões da vida, e aí se apresenta a dificuldade de aprendizagem.
Algumas pessoas se sentem mais pressionadas em ambientes que envolvem um nível maior de complexidade, como ao entrar na escola, ou num curso específico. Isso se deve ao fato de que o processo de conhecer o não-conhecido nos causa sentimentos de apreensão, angústia e até mesmo sensações de deslocamento.
Muitos se sentem incapazes e insuficientes, sentimentos negativos que vão tomando uma proporção maior quando os colegas avançam, e eles não. É por essas razões que a pedagogia e psicologia voltadas aos processos de aprendizagem são tão importantes. Aprender e ensinar consiste numa relação recíproca e necessita de um olhar mais cuidadoso por parte de educadores, enxergando o ser humano em sua grande potência e não somente pelas dificuldades.
A dificuldade de aprendizagem, na prática, é apenas a existência de obstáculos que nos impedem de absorver uma nova informação.
Qualquer pessoa pode vivenciar uma dificuldade de aprendizagem, mas algumas irão encontrar recursos internos para vencer os desafios, enquanto outras terão mais obstáculos para superar.
Também existem níveis diversos de dificuldade para aprender - talvez você precise ler o conteúdo quatro, cinco vezes, ou talvez precise de um professor com uma metodologia diferente e um material específico, por exemplo.
É importante ressaltar que este assunto é muito complexo, pois existem diversos fatores que podem estar associados à dificuldade de aprendizagem, pois cada pessoa é única e singular, com a própria história e as próprias emoções.
Ao sair dizendo que alguém tem problemas para aprender, podemos cair em equívocos e até mesmo em preconceitos. Ao afirmar isso partimos de uma ideia na qual existe um tipo ideal de pessoa, e aqueles fora desse padrão são considerados anormais. Isso possui implicações muito graves, que podem fazer as pessoas se sentirem limitadas ou incapazes.
Além das dificuldades, também existem os transtornos de aprendizagem, que são conceitos diferentes, embora estejam de alguma forma associados.
Os transtornos de aprendizagem referem-se a problemas sensoriais ou cognitivos. Um exemplo comum é a dislexia, que faz letras e palavras se misturam na mente da pessoa, podendo confundir a leitura, escrita e até mesmo a fala.
Existem três transtornos muito conhecidos, que são a dislexia, a discalculia e o TDAH. Eles causam dificuldade de aprendizagem por motivos diversos, como veremos a seguir.
Está ligada ao reconhecimento das letras e palavras, que podem ser vistas com formatos diferentes, ou trocar de lugar. Isso compromete a leitura e a escrita, podendo também atrapalhar a fala. Estima-se que 10% da população sofre com esse transtorno de aprendizagem.
De forma semelhante, a discalculia tem impacto nas habilidades matemáticas. A pessoa pode confundir números e símbolos matemáticos ou ter dificuldade para lidar com as operações básicas. A maioria das estimativas fala sobre 5 a 6% da população, mas os números podem ser maiores, visto que a discalculia não é tão conhecida quando a dislexia.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade tem dois sintomas comuns: desatenção, impulsividade. As pessoas podem ter um desses elementos mais presente do que o outro, ou vivenciar os dois de forma equilibrada. Os números indicam que 3 a 5% das crianças possuem TDAH, havendo uma queda na vida adulta.
Graças aos sintomas, a dificuldade de aprendizagem ocorre por falta de concentração nas aulas e outros espaços de estudo. A criança desatenta pode estar imersa em seu próprio mundo interno, enquanto a hiperativa se agita com os estímulos externos, e nos dois casos é difícil passar algum tempo lendo ou escutando os professores.
As causas para os transtornos e dificuldades de aprendizagem são diversas, envolvendo fatores genéticos e ambientais. Uma hipótese provável é que existam pequenas diferenças no cérebro da criança com dislexia, discalculia ou TDAH. Essas diferenças aumentam com o tempo, conforme essa criança é privada do desenvolvimento que os colegas experimentam.
Um ambiente estressante - com pais usuários de drogas, comunidade violenta e outros elementos do tipo - também tem muita importância, aumentando as chances de que a pessoa apresente dificuldade de aprendizagem elevada, e até mesmo transtornos nessa área.
Os prejuízos são diversos. O mais intrigante é o fato de que muitas pessoas com dificuldades de aprendizagem se sentem incapacitadas e desenvolvem problemas relacionados à autoestima.
Em ambientes escolares é comum uma evasão mais alta entre os estudantes com dificuldade de aprendizagem. Muitos alunos sentem que a escola não é um ambiente onde eles gostam de estar, pois não há acolhimento às necessidades apresentadas por eles.
Essa tendência à evasão também pode criar problemas na vida adulta, com dificuldade para encontrar bons empregos.
Os prejuízos emocionais também podem ser levados para depois da infância, contribuindo para questões como a depressão, por exemplo. Outra possibilidade é o isolamento social, bem como os problemas de comportamento, caso a pessoa reaja de forma agressiva ou desafiadora aos espaços que não são capazes de acolhê-la.
Para lidar com a dificuldade de aprendizagem é preciso lembrar que ela ocorre em níveis diversos. Se você precisa revisar um texto ou uma aula mais vezes, por exemplo, as necessidades serão diferentes de alguém que possui um transtorno de aprendizagem.
Nesses casos, é fundamental ter o acompanhamento adequado para reduzir ou controlar os efeitos do transtorno, envolvendo profissionais da psicologia, psicologia, fonoaudiologia, pedagogia e especialistas em educação inclusiva, conforme as demandas de cada pessoa.
É muito importante que este debate seja realizado em conjunto por governos, escolas e famílias, para que as dificuldades sejam enfrentadas nos primeiros anos de vida e impedindo o seu agravamento. Uma sociedade mais inclusiva, com um olhar plural e diversificado, é necessária para que as dificuldades de aprendizagem não se tornem limites às pessoas!
O acompanhamento terapêutico também é uma ferramenta de grande valor. Ele pode garantir que a pessoa sinta-se confortável com os tratamentos, encarando-os como a busca por um objetivo, e não um castigo por sua dificuldade de aprendizagem.
A terapia também permite lidar com as questões emocionais que a pessoa enfrenta - isolamento, baixa autoestima ou problemas comportamentais, por exemplo.
Grupos de apoio são outra opção interessante, pois será possível encontrar pessoas que desenvolveram os próprios recursos para superar as dificuldades e transtornos. Esses grupos dão uma perspectiva mais ampliada aos seus participantes, além de contribuir com as ferramentas práticas que eles poderão reproduzir.
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