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Como sair de um relacionamento abusivo?

Infelizmente, ainda se fala pouco sobre como sair de um relacionamento abusivo. Muitas pessoas entendem que “basta terminar” e não percebem o quanto a situação é complexa na mente de quem está passando por isso.

Todos nós buscamos alguém que nos faça sentir amados, confiantes e que nos ajude a crescer; afinal esse é o verdadeiro significado de estar em uma relação saudável. Mesmo com essa definição de amor, muitas pessoas ainda vivem uma realidade diferente. É muito comum ouvir relatos, principalmente de mulheres, que caracterizam algum tipo de abuso.

Infelizmente, ainda se fala pouco sobre como sair de um relacionamento abusivo. Muitas pessoas entendem que “basta terminar” e não percebem o quanto a situação é complexa na mente de quem está passando por isso.

O relacionamento abusivo é uma realidade que afeta milhões de pessoas, independentemente de raça, gênero e classe social. De acordo com a ONU, ao longo da vida, uma em cada três mulheres, cerca de 736 milhões no mundo inteiro, é submetida à violência física ou sexual por parte de seu parceiro, demonstrando que as mulheres ainda são as maiores vítimas.

Porque é tão difícil entender como sair de um relacionamento abusivo? 

Muitos são os motivos que fazem alguém permanecer em um relacionamento tóxico: manipulação, baixa autoestima, medo, culpa e dependência financeira são alguns exemplos. Para entender como sair de um relacionamento abusivo, é preciso considerar todos esses fatores na hora de tomar uma decisão.

A saída de um relacionamento como esses costuma ser um processo lento, devido a sua complexidade e aos prejuízos psíquicos. Quanto mais tempo a pessoa se mantém dentro dele, mais dificuldade terá para se livrar. 

A lógica do relacionamento abusivo é como uma teia, quanto mais tempo você fica, mais se torna parte daquele emaranhado  mais preso aos fios você se sente.

O primeiro passo sempre será tomar consciência e se reconhecer dentro de um. Essa parte pode ser um grande desafio, já que tanto no nível individual quanto no nível social encontramos várias “desculpas” para diminuir o peso de uma relação abusiva (foi por amor, ele não é assim, fez isso porque bebeu demais...).

Mesmo após o reconhecimento, sentimentos como medo, culpa e vergonha de pedir ajuda podem ser muito comuns e atrasar cada vez mais o término. Além disso, a manipulação do outro enfraquece sua vítima, de tal forma que ela acredita não ser possível crescer sem estar ao lado daquela pessoa, o que também pode contribuir fortemente para sua permanência. 

Traumas de uma relação abusiva

Muitos são os traumas deixados por uma relação de abuso. Dentre todos os prejuízos na vida psicológica da vítima, a sua autoestima e autoconfiança são as áreas mais abaladas. Pensamentos de desvalorização, incapacidade e de não merecer encontrar outra pessoa são recorrentes, e, consequentemente, prejudiciais para a sua vida afetiva e social.

Ademais, existe um dano emocional relacionado ao investimento que a pessoa fez para que o relacionamento funcionasse, e um cansaço emocional tanto para continuar quanto para sair do mesmo. Essa situação de frustração, estresse e cansaço pode direcionar as vítimas para  situações de ansiedade, depressão e até mesmo uma fobia social.

Dessa forma, um processo terapêutico especializado e voltado para o processo de autoconhecimento e crescimento constante; centralizado em ressignificar esses traumas; é de extrema importância.

A saída conturbada de um relacionamento como esse, se não for bem trabalhada, pode facilmente colocar a pessoa em um ciclo vicioso de relacionamentos problemáticos, uma vez que ela buscará qualquer outra pessoa para preencher as lacunas emocionais.

Como sair de um relacionamento abusivo: Consciência e cuidado

A atitude em si é mais difícil do que parece na teoria. Nesse momento, procure uma rede de apoio de confiança: familiares, amigos, grupos de apoio e um bom terapeuta vão ser de extrema importância para o processo.

Tomada de decisão

Quando você pensar em sair, o medo de ficar só pode roubar seus pensamentos e te fazer querer desistir, mas acredite, o primeiro passo sempre será o mais difícil, e isso não significa que ele não valerá a pena.

Realize esse processo com calma, reflita, adquira a coragem necessária e só depois tome a decisão. Expresse seu desejo ao fim por meio de uma conversa franca, evite discussão e deixe claro que é uma decisão pensada - e em hipótese alguma volte atrás.

Tome essa decisão com cuidado

Nunca conhecemos ninguém totalmente e nem sabemos qual vai ser a reação. Mesmo que seu parceiro nunca tenha demonstrado episódios de agressão física, procure sempre ter essa conversa em locais públicos, na presença de familiares ou por telefone - e faça isso estando pronta para não voltar mais ao local de convivência.

Lide com as cargas emocionais

Essa etapa é muito importante para o sucesso do término. De início a pessoa pode afirmar que está bem com sua decisão e que não voltará atrás, mas o relacionamento abusivo é uma teia de manipulações, e sem o total controle da sua vida após o término você poderá facilmente ceder a uma falsa promessa, criando aquele ciclo de idas e voltas.

O processo terapêutico funciona como um guia para termos clareza da nossa situação atual e visualizar quem queremos nos tornar, sendo, portanto, imprescindível nessa nova jornada de amor próprio, autoestima e autoconhecimento.

Como seguir a vida após o término?

Entenda que sua vida continua mesmo após o término. Procure evitar contato com a outra pessoa e mantenha a mente sempre ocupada. Esse é um bom momento para você testar novos hobbies, academia, yoga, pole dance, meditação, são algumas opções que podem ajudar na sua jornada de autoestima e autoconfiança.

Tome cuidado com seus pensamentos. É normal, após um término, fazermos recortes de bons momentos e criar gatilhos para pensamentos do tipo “ele não era tão ruim assim”. Lembre-se sempre do motivo para terminar e mantenha os pés no chão; esses bons momentos não apagam toda a relação de manipulação que você viveu.

Se proteja

Entenda que ninguém está seguro, principalmente vítimas de abuso. O Brasil é o 5º país no ranking de feminicídio do mundo, pois isso, acredite nos riscos e se proteja. Evite sair sozinha por um tempo. Um efeito muito comum de pós término é acreditar que o abusador não terá coragem de lhe fazer algum mal, mas pense de maneira racional e proteja-se.

A informação liberta e empodera

O conhecimento nos liberta.

Perceba seu relacionamento, saiba como se proteger dele e seus padrões e dificuldades de saída. Caso você não esteja vivendo esse tipo de relacionamento, mas conheça alguém que está, ofereça apoio de toda forma que puder, pois ele pode mudar a vida dessa pessoa. Ajude a romper esse ciclo de violência e abuso, use essa informação para se libertar ou ajudar alguém.

Nota: Para mulheres em situação de violência e risco, além do 180 (Central de Atendimento à Mulher) também é possível buscar ajuda em serviços como o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Se uma agressão está em andamento, você pode acionar a polícia discando 190.

Artigo publicado em:
21/03/2022
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Romanni Souza

Criador da Hipnose Transformacional, graduado em psicologia pelo Unipam, e pós graduado em neurociências pela PUCRS. Fundador do Instituto Romanni, com mais de 20 mil pessoas transformadas.

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